"...nem todos os dias são dias de olhar feliz. Estes dias raramente nos são oferecidos (daí o seu mistério) e quase sempre têm de ser construídos, desenhados, conquistados. Nesta procura do sentir a alma plena dos reflexos doces destes dias de olhar feliz, a vida, a nossa vida, mistura dor e alegria, sofrimento e felicidade, desilusão e sonho, amargura e paixão, choro e riso, ódio e amor. Assim, quando nessa busca constante O vento te rugir e a chuva cair em massa, quando o céu te fugir e sentires o teu amor em desgraça, quando o arco-íris te mentir e a sua recordação ficar laça, lembra-tedo brilho divino que vislumbraste nesta promessa de amor eterno….Lembra-te Que o vento, a chuva, o cinzento do céu, o arco-íris, as tuas lágrimas, as tuas duvidas, todos eles fazem parte do mistério da vida. Lembra-te Como Pessoa, que: “O mistério das cousas? Sei lá o que é o mistério. Único mistério é haver quem pense no mistério.”Aí ergue os teus olhos para o firmamento e procura devagar, em paz, o caminho de regresso ao vosso arco-íris de mãos dadas com o brilho intenso e mágico (quase irreal) da mais nova de todas as estrelas do céu..." LC21/06/97

14/09/2006

Eterno retorno

14/09/2006


















É engraçado como em determinadas alturas da vida, algumas coisas passam por nós e não nos despertam qualquer interesse, e repentinamente, aquilo que não suscitava interesse, passa a ser importantíssimo. Aconteceu-me algo parecido com isso, com este livro.
Fiquei viciada nesta teoria e neste senhor.


"E se um dia ou uma noite um demônio se esgueirasse em tua mais solitária solidão e te dissesse: Esta vida, assim como tu vives agora e como a viveste, terás de vivê-la ainda uma vez e ainda inúmeras vezes: e não haverá nela nada de novo, cada dor e cada prazer e cada pensamento e suspiro e tudo o que há de indizivelmente pequeno e de grande em tua vida há de te retornar, e tudo na mesma ordem e sequência - e do mesmo modo esta aranha e este luar entre as árvores, e do mesmo modo este instante e eu próprio. A eterna ampulheta da existência será sempre virada outra vez - e tu com ela, poeirinha da poeira!". Não te lançarias ao chão e rangerias os dentes e amaldiçoarias o demônio que te falasses assim? Ou viveste alguma vez um instante descomunal, em que lhe responderías: "Tu és um deus e nunca ouvi nada mais divino!" Se esse pensamento adquirisse poder sobre ti, assim como tu és, ele te transformaria e talvez te triturasse: a pergunta diante de tudo e de cada coisa: "Quero isto ainda uma vez e inúmeras vezes?" pesaria como o mais pesado dos pesos sobre o teu agir! Ou, então, como terias de ficar de bem contigo e mesmo com a vida, para não desejar nada mais do que essa última, eterna confirmação e chancela?"

Friedrich Nietzsche in Gaia Ciência

3 diga lá:

Anónimo disse...

Dos melhores livros q li.


Sugestão: ler o livro: "A Insustentável leveza do Ser" de Milan Kundera.

Unknown disse...

Vou ver se o leio, gostei destas palavras.
Obrigada!
beijinho

R. disse...

A ideia do eterno retorno assusta-me. Não quero conceber a vida assim. É uma vida demasiado pesada!
Se bem que a leveza também pode ser insustentável, como sugere Milan Kundera, e bem lembrado pelo autor(a) do 1ºcomentário a este post. Falta perceber o que é positivo: o peso ou a leveza.

Mas deixaste-me curiosa quanto ao livro. Vou desfolhá-lo para ver se compro.

beijos

 
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